Thursday, September 29, 2005

Os sonhos também são feitos disto

Obrigada ao meu querido e estimado colega e amigo Mike. Para mais miminhos, visitem: http://www.misteriojuvenil.com/piratas_fa.htm#

Tuesday, September 27, 2005

Os ténis Sanjo

Uma das mais deliciosas memórias da minha meninice é o período pré-escolar. Levantava-me cedo, comia um prato de farinha Pensal, sabor a cacau. Saía de casa com a minha mãe e lá íamos. Os cadernos pretos que, num futuro próximo, seriam forrados com a Bravo (claro que, nessa época a revista vinha em alemão e apenas servia para recortar os Duran Duran, Nick Kershaw e os KajaGooGoo). As bics novas, a borracha verde da Pelikan e um daqueles lápis amarelos e pretos, nº2 como convinha. Nessa altura já não precisava do frasco de cola Cisne, uma cola branca e pastosa que cheirava a pedreiro. Tudo isto era muito excitante,mas o clímax surgiu quando a minha mãe me comprou uma mochila da Palmers, amarela e linda! Que resistente era, muitas vezes vinha com ela a arrastar pelo chão, assim à guisa de cãozinho, topam? O primeiro dia de aulas era sempre um misto de náusea com euforia. Mal conseguia domar aquelas borboletas no estômago. Nesse dia nem me atrevia a comer bolicao, nem aqueles bolos chamados de "Pastelaria Fresca", uma espécie de chouriço de chocolate, recheado com sucedâneo de creme de pasteleiro. Tentava reconhecer os repetentes da escola, tarefa bem fácil na escola onde andei. Os cábulas andavam a rondar a escola, tipo cerco. Armavam-se em extensões de contínuos, os imbecis. Outros andavam a jogar ao alho, viam-se as primeiras cabeças partidas e ainda nem as aulas começavam. Até as lagartixas lhes iam comer à mão. Por volta da hora de almoço,os grupos já estavam formados. Era feliz. Contudo, ainda hoje um pensamento me atormenta, porque raio a minha mãe nunca me comprou uns ténis da Sanjo?

Wednesday, September 21, 2005

They Found Water on Mars!!!


{uma recordação da casa amarela}

Viva V

O meu profundo agradecimento à V, graças ao seu rebento, posso ter na minha posse esta efeméride das cassetes.

O Tempo..

Acende mais um cigarro…o cinzeiro a abarrotar diz a noite já vai longa. Um manto negro estende-se sobre o céu, iluminado por algumas estrelas que teimam em lá estar. Passou os dedos pelo cabelo e esfregou a nuca. Sintomático que algo vai mal. Esta noite é uma entre tantas. Mais uma noite em claro, insónia na certa. Está ansiosa, o coração palpita no pescoço, na testa, no peito. Sem aguentar a agonia de estar entre quatro paredes, sai de casa a correr. Respira fundo, inala com tanta força que o peito quase rebenta. Inalando vai contendo as lágrimas. Inala e empurra-as para dentro, pelo menos por enquanto. Sai e mete-se no carro, roda a chave e deixa-se levar pela noite, sua confidente, sua amiga e também o seu maior pesadelo. Ainda não percebeu se a ama ou odeia. Como tudo o resto. Parou o carro. Recosta o banco, abre a janela e olha para o tecto do carro. Liga o rádio ,mete um cd. Como qualquer mulher deprimida, escolhe a música mais triste que encontra. Fecha os olhos, pensa numa solução. Mas não existem fórmulas matemáticas ou mágicas. A ciência borrifou-se para ela. Acende mais um cigarro, mais uma esfregadela na nuca. Agora sim não inala, deixa as lágrimas saltarem-lhe dos olhos. Saltam, dançam, rebolam. Sente-se numa espiral. Estonteada e confusa abre, ainda mais a janela, e mete a cabeça de fora, mas nem brisa há. Nem o tempo ajuda. Anda há tempo demais a adiar o inevitável. Pega no telefone, escreve uma série de palavras e apaga, fica nisto uns vinte minutos. Decide-se, escreve a mensagem e memoriza-a para a enviar mais tarde, muito mais tarde. Talvez daqui a uns anos. É sempre a mesma coisa, nunca faz nada atempadamente, constantemente a fazer expirar os prazos da sua vida. Cobarde! Prefere sofrer do que arriscar, é ridícula esta mulher! Roda a chave do carro e ruma até casa. Deita-se na cama e pensa em voz alta “por que não lhe disse que ele nunca foi uma chama na minha vida, mas sim o fogo” Dá uma reviravolta na cama. Hoje já é tarde demais!!

Tuesday, September 20, 2005

Obrigada M

Uma vez mais, a minha amiga M me ofereceu um rebuçadinho, desta vez "Duo Ouro Negro" nos seus tempos de glória.

Friday, September 16, 2005

Doce nostalgia, a sequela

Após ter recebido estas duas fotos através duma grande amiga minha, de seu nome M, senti necessidade de dizer qualquer coisa. Confesso que me enterneceram o coração. Dino Meira e Paco Bandeira no seu apogeu. Naquela época os grandes colarinhos nasciam para todos. Os óculos de massa carregada e grossa dominavam a moda, assim tipo, baladeiros sem poesia. Dava um ar intelectualóide pós-25. Naquelas décadas era normal ser-se feio. Nos entrefolhos dos colarinhos, guedelhas e bocas de sino pairava uma certa dignidade que se perdeu. Havia o Júlio Isidro, esse "caça talentos" que, segundo levantamentos recentes, ajudou a descobrir os Pink Floyd .E não me estou a referir aos Diapasão. Havia o Luís Pereira de Sousa com os seus jogos de Verão, o Sérgio e o Madi. E hoje? há o Carlos Ribeiro, a Micaela, a Ágata, a Rebeca e os D´Zrt.... Chuiffff, chuifff, peço desculpa mas não me contive, estou com um nó no peito. Vou só ali dentro ter um ataque de nervos e espancar alguém, já volto..

Doce nostalgia

Wednesday, September 14, 2005

Caezinhos e lambidelas

Desde que me lembro de ser gente, sempre quis ter um cão. Os motivos variavam com a idade, com a disposição, enfim..com a vida! Quando era criança, gostava da ideia de ter um cão para rebolar no chão, para me acompanhar nas brincadeiras, nos joelhos esfolados, até para me roer as bonecas. Até ao dia em que a minha tia arranjou uma cadelinha muito esperta, a Margarida. Uma linda e traquinas Serra D´Aires, que fez parte da família por uns bons 14 anos. Brinquei e aprendi muito com ela, foi a minha primeira experiência directa com um animal. Creio que os peixes que eu, inocente e inconscientemente, enventrava e cortava às postas não contem para esta estatística. Foi uma fase em que tinha a certeza que o meu destino seria atrás duma banca a vender peixe, era eu uma miúda de 7 ou 8 anos. Apesar de ter uma irmã, habituei-me a brincar sozinha. A diferença de idade não lhe permitia ocupar qualquer parte do córtex comigo. Aliás, não só me habituei, como gostava. Desde cedo revelei ser uma criança e, mais tarde, uma adolescente solitária e metida comigo mesma. Uns largos anos mais tarde, a Margarida foi para o Paraíso dos Cães e eu fiquei devastada. Uma vez mais, não mostrei o que sentia, guardei a mágoa, as lágrimas e o tempo foi passando. Habituei-me de tal forma a esconder, a conter e a reprimir as minhas emoções, que extrapolei isso para toda a minha vida. Aí surge o motivo mais macabro e maquiavélico de querer ter um cão. Cheguei à conclusão que, uma das formas de conseguir despejar as minhas emoções é tendo um cão, um animal que me ouça sem me fazer perguntas, que me dá carinho e amor em troca do mesmo. Uma relação de reciprocidade sem quaisquer segundas ou terceiras intenções. Amor e lealdade. Tudo isto porque, desde há uns meses, que tenho uma cadelinha na minha vida, a Pipa. Meiga, amiga, dócil e muito, mesmo muito esperta! Até tem direito a um espacinho na net. Juntei-me com duas amigas, também elas adoradoras de cães, em especial cadelinhas e fizemos um blog dedicado a estes amigos tão especiais. O blog foi inaugurado hoje e será composto de fotos, elas são muito vaidosas, histórias e experiências.